Em um importante movimento de aproximação institucional, a Anamaco e a ABRAMAT — Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção — deram início a um diálogo estratégico voltado ao fortalecimento da cadeia produtiva da construção civil.
O encontro entre o diretor-geral da Anamaco, Julio João Pereira, e o presidente da ABRAMAT, Paulo Engler, sinaliza uma nova etapa de cooperação entre as duas entidades, com foco em temas estruturantes como os Programas Setoriais da Qualidade (PSQs), a conformidade técnica dos produtos e os desafios impostos pela Reforma Tributária.
ABRAMAT reforça diálogo estratégico pelo setor
Para Paulo Engler, a aproximação entre indústria e varejo é fundamental: “O diálogo entre a indústria e o varejo é de suma importância para o fortalecimento de ambos, especialmente no tocante à qualidade técnica do material de construção oferecidos ao público em geral, aqui com foco em segurança, durabilidade, bem-estar e respeito ao consumidor.”
Fundada em 2000, a ABRAMAT representa os interesses das principais indústrias de material de construção do país, atuando de forma ativa na promoção da competitividade, inovação e sustentabilidade do setor. A Anamaco, por sua vez, lidera o relacionamento com o varejo nacional, promovendo a integração dos elos da cadeia e a defesa dos lojistas em pautas estratégicas.
Entre os pontos destacados na reunião, a sinergia em torno da disseminação de informações técnicas aos consumidores foi apontada como prioridade: “As sinergias são muitas, destaco para o diálogo franco e aberto sobre como orientar o consumidor acerca da qualidade técnica do material que irá ser agregado à sua obra.”
Segundo o presidente da ABRAMAT, a ideia é que essa cooperação se materialize em ações conjuntas, especialmente para fomentar a adoção dos PSQs também no varejo: “Sim, estamos iniciando um debate onde ações conjuntas entre as entidades possibilitarão orientar os consumidores sobre qual material é o mais adequado sob o aspecto técnico.”
A Anamaco, com presença em todo o território nacional, pode ser uma ponte estratégica para dar visibilidade ao trabalho técnico já consolidado pelos PSQs: “A Anamaco mantém a interlocução com o varejo em todo território nacional, o que facilita sobremaneira a disseminação das melhores informações.”
Prioridades da indústria e desafios do cenário econômico
Engler também compartilhou a agenda da ABRAMAT para o segundo semestre de 2025: “O nosso foco essencial é debater a conformidade técnica e a qualidade do material, estamos trabalhando para criar uma identidade neste sentido.”
Questionado sobre os impactos da Reforma Tributária, ele destacou uma mudança importante no modelo de tributação: “A Reforma Tributária desloca a tributação sobre o consumo para o varejo, historicamente sempre recaiu sobre a indústria especialmente sob a forma de substituição tributária. Em que pese essa importante mudança e parâmetro fiscal, há nuances que merecem ser discutidas com o Congresso Nacional quando da regulamentação das Emendas Constitucionais.”
Diante das incertezas econômicas, o presidente da ABRAMAT também apontou os principais desafios e oportunidades do setor: “O principal desafio é manter o mercado saudável, combater a concorrência desleal e oferecer ao consumidor um material de construção com alta qualidade. As oportunidades são várias – apesar da macroeconomia e das questões internacionais, destaco que continuamos crescendo no primeiro semestre deste ano e, caso tenhamos uma oferta de crédito com taxas de juros mais favoráveis, o nosso setor responderá favoravelmente num pequeno espaço de tempo.”
Uma mensagem de confiança e cooperação
Finalizando a entrevista, Paulo Engler deixa uma mensagem de otimismo para os lojistas e representantes do varejo de material de construção:
“Vou fazer uma metáfora: o mar está revolto, mas se todos remarmos coordenadamente e na mesma direção, em breve saímos da tempestade. Vamos em frente!”