Com o aumento substancial da velocidade de geração do conhecimento, e o conseqüente desenvolvimento tecnológico, a Universidade tradicional, cada vez mais, perde o monopólio sobre a criação e distribuição do conhecimento. O conhecimento deixa o foco de ser um instrumento de controle social pelo Estado para buscar atender as necessidades de mercado via poder econômico.
Num cenário competitivo, emergem as Universidades Corporativas, administradas por organizações públicas e privadas de forma a atender a seus próprios fins. Os conceitos de aprendizagem, just-in-time e just-for-you, surgem de forma destacada.
Na Sociedade do Conhecimento, a força de trabalho necessita de educação e treinamento mais sofisticados e refinados para manter a sua competitividade e garantir a sua empregabilidade, numa era em que a necessidade e a demanda por uma educação avançada e por oportunidades de estudo aumentarão rapidamente.
Cada vez mais o nível de educação e as habilidades dos indivíduos, dentro da cadeia produtiva, são vistas como um fator chave na determinação da sua qualidade de vida e na definição de seu espaço na sociedade.
Da mesma forma que um diploma secundário, no passado, se transformou no passaporte para acesso à Sociedade Industrial, hoje, dois séculos depois, a educação continuada torna-se um requisito para a segurança econômica e um ticket para conquistar e manter melhores posições sociais. Diferentemente das sociedades anteriores, um profissional graduado na universidade mudará de carreira inúmeras vezes durante a sua vida, necessitando de uma educação adicional e complexa em cada uma dessas fases, onde devemos “saber mais sobre mais coisas”.
“Além disso, com a base de conhecimento se expandindo exponencialmente e ampliando se em vários campos, junto com o aumento da expectativa de vida da população, a necessidade de se criar oportunidades de recapacitação profissional se tornará ainda mais significativa. Mesmo aqueles profissionais altamente qualificados logo descobrirão que a sua empregabilidade dependerá da educação contínua.
Os profissionais do conhecimento, vivenciam um cenário onde considerarão trabalho e aprendizagem uma coisa só. Os empregadores irão procurar indivíduos que possuam capacidade de aprender e principalmente dominar novas habilidades para responder às mudanças de mercado via globalização e às mudanças tecnológicas.
Estes empregadores colocarão menos ênfase na formação técnica de novos empregados em função das mudanças, do que na sua capacidade de continuar a aprender e de crescer ao longo de suas carreiras para atender novas exigências. Haverá uma mudança do aprendizado just in-case – no qual a formação profissional de um indivíduo é, presumidamente, garantida por uma graduação específica, cujo conhecimento estará pronto para ser usado, se precisar, no futuro – para aprendizado just-in-time e just-for-you, que deverão acontecer, continuamente, ao longo de toda a vida, sob a égide das Universidades Corporativas.
Como fundador da Universidade Corporativa do segmento material de construção, em 2003, o aprendizado a respeito do segmento tornou-se uma clara riqueza para contribuir para o crescimento e desenvolvimento do segmento através da educação. Ao iniciar com um curso de Pós-graduação e, em seguida, com MBA, Graduação, Intensivo e curso em EAD nos possibilitou a atuar conjuntamente com consultorias no segmento de forma a atuar com avaliação e recuperação de empresa, compra e venda e determinação do valor das empresas.
O resultado deste tempo de atuação foi encontrar no atual cenário a necessidade de um olhar interno e de um olhar externo nas empresas matcon. As necessidades, por sua vez, são traduzidas em rever as questões no tratamento de indicadores de desempenho e posicionamento das lojas. Na questão do olhar externo, a maioria das lojas não têm a visão do tamanho do mercado em que atuam, e na questão do olhar interno, as empresas utilizam cerca de 30% dos sistemas de gestão das lojas onde, em média, cerca de 32% do custo operacional das lojas é dinheiro “jogado fora” exigindo cada vez mais energia na busca de resultados.
Em resumo, num mercado com 158 mil lojas, com R$ 230 bilhões de movimento em 2024 com demanda para crescer mais R$ 310 bilhões é preciso diminuir a distância entre indústria, comércio e prestadores de serviços e o melhor caminho é a educação que tem como exemplo empresas que cresceram 40%, 45% e até 3x o faturamento numa clara evidência de que a empresa que não tiver humildade em aprender sairá do mercado e o profissional que não tiver humildade em aprender ficará fora do mercado.
Joaquim Ramalho
Professor Universitário, Mestre em Administração pela PUC/SP, especialista em avaliação e recuperação de empresas e Fundador da UniMatCon.
