Vendas no varejo de material de construção ficam estáveis no mês, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já com relação a Maio, setor teve retração de 6%.
O varejo de material de construção teve desempenho estável no mês de Junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. As informações são da Pesquisa Tracking Mensal da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), que ouviu 530 lojistas de todo o País entre os dias 25 e 28 de junho.
Na comparação com Maio, o setor apresentou queda de 6% no mês. Já no acumulado do ano, houve crescimento de 2% e, nos últimos 12 meses, 3%.
De acordo com o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, o desempenho no mês foi afetado pela diminuição da confiança do consumidor. Em Junho, o INEC (Índice Nacional da Expectativa do Consumidor), medido pela Confederação Nacional da Indústria, registrou sua segunda queda consecutiva, apontando uma piora na percepção dos brasileiros sobre o emprego e o aumento do endividamento das famílias. “Toda vez que a confiança do consumidor é abalada, mesmo que minimamente, ele deixa de investir em reformas e construção. Nosso setor depende de planejamento, o nosso cliente não faz compras por impulso. Ele precisa se sentir confiante de que vai conseguir não só começar, mas terminar a obra”, declara Conz.
O levantamento por regiões registrou retração de 17% no Centro-Oeste, 15% no Nordeste, e de 7% no Norte e Sudeste. Já o Sul foi a única região do País que registrou aumento de 10% nas vendas no período.
Entre as categorias avaliadas, telhas de fibrocimento e tintas cresceram 2% no período. Já revestimentos cerâmicos retraíram 3%
Substituição Tributária em São Paulo: preço do material de construção vai subir
O Governo do Estado de São Paulo publicou no Diário Oficial do dia 26 de junho a portaria CAT 32, que altera a base de cálculo para a saída de material de construção e congêneres no Estado. A nova portaria estipula que, a partir de julho, passam a vigorar novas MVAs (margens de valor agregado) para os produtos do setor, com variações de 49% a 108%. “Já vínhamos fazendo esse alerta e vamos continuar o diálogo com o governo. Vamos trabalhar em conjunto com as outras entidades para apresentarmos um novo estudo ao governo de São Paulo, fazendo um apelo para a realidade do nosso setor. O cálculo do ICMS está muito acima do que vem sendo praticado pelo varejo. Infelizmente, o consumidor final acabará sentindo essa diferença no bolso de imediato”, afirma o presidente da Anamaco.
A previsão da entidade é que cerca de 70% dos produtos do setor sofram reajustes de até 8% no preço final ao consumidor até o final de Julho. “Isso certamente deve atrapalhar o nosso processo de retomada. Estávamos confiantes de que encerraríamos o ano com um crescimento de 8,5% sobre 2018, mas como os demais estados tendem a copiar São Paulo, sabemos que teremos reflexos inclusive na abertura de novos postos de trabalho”, completa Conz.
O levantamento da Anamaco também indicou que o otimismo com relação ao Governo Federal nos próximos 12 meses retraiu 8% no período(de 70% para 62%), e que 47% dos entrevistados pretendem realizar investimentos em 2019. Aproximadamente 16% dos entrevistados também declararam que têm a intenção de contratar novos funcionários em julho.
Realizada pelo Instituto de Pesquisas da Anamaco, a Pesquisa Tracking Anamaco tem o apoio da Anfacer, Abrafati e Instituto Crisotila Brasil.