Há mais de 12 dias, o Rio Grande do Sul enfrenta uma calamidade devido às enchentes causadas por fortes chuvas. Diante dessa situação desafiadora, o sistema Anamaco, com apoio de Acomacs de todo o Brasil, está sendo convocado a se unir às Acomacs de Porto Alegre, Caxias do Sul, do Vale do Rio Pardo e Taquari em uma corrente do bem pelo estado.
O presidente da Anamaco, Cassio Tucunduva, fez um apelo emocionado: “Eu conclamo todas as Acomacs do Brasil, todos os nossos lojistas associados, a continuarem colaborando. O que está ocorrendo no Rio Grande do Sul realmente está causando uma comoção nacional e até a nível internacional. É algo realmente que não se vê há muito tempo, talvez o maior desastre ambiental que tenha ocorrido no Brasil desde o descobrimento. É algo muito lamentável, comparável a uma guerra em termos de destruição de bens”, reforça.
Cassio Tucunduva ressaltou a importância da união de esforços entre o governo federal, estadual, municipal, a sociedade civil e as associações para reconstruir o estado com rapidez. “Temos que ter empatia e nos colocar no lugar de todos os afetados. Hoje vi a cena de uma empresa em que a água chegou à altura do pé direito muito alto, é uma cena muito triste e a gente coloca a nossa loja no lugar realmente algo consternador. O impacto foi muito grande, principalmente no lado de vidas e material. Vai demorar um pouco mas o Rio Grande vai retomar o seu caminho e nós vamos chegar lá”, acredita.
O presidente da Anamaco, Cassio Tucunduva, ressaltou o papel das ACOMACs de todo o Brasil nesse esforço de solidariedade. “Nossas ACOMACs de todo o Brasil estão colaborando. Os executivos das ACOMACs estão em contato direto com os lojistas, solicitando a eles a generosidade em suas doações, e também que coloquem cartazes com o PIX de doação da Anamaco em cada loja e instruindo as equipes”, afirmou Tucunduva sobre a ação em conjunto da corrente do bem iniciada pela Acomac Porto Alegre.
A Anamaco permanece com uma Campanha Nacional de Arrecadação de Recursos em prol do Rio Grande do Sul. As doações em dinheiro podem ser enviadas pelo PIX anamaco@acnamaco.com.br
Veja mais sobre a campanha de arrecadação do Sistema Anamaco: https://www.anamaco.com.br/post/sistema-anamaco-se-une-em-prol-do-rio-grande-do-sul/
Acomac Porto Alegre: mobilização às enchentes
A presidente da Acomac Porto Alegre, Vanessa Bizotto, compartilhou os desafios enfrentados pela região e as medidas tomadas para ajudar as vítimas das enchentes. Segundo ela, a mesma campanha realizada em setembro, durante as enchentes no Vale do Taquari e região, foi iniciada novamente. “Iniciamos a campanha para arrecadar o que sabíamos que as pessoas precisariam imediatamente. No entanto, as enchentes tomaram proporções muito grandes e tivemos que mudar nossa abordagem para ajudar também nos resgates”, explicou.
Ela destacou a iniciativa de comprar lonas, cordas e materiais para resgate, itens que não poderiam ser doados, e o esforço dedicado a salvar vidas durante uma semana sem interrupções.
Impacto nas lojas e economia local
Vanessa Bizotto revelou que, apenas na região onde está localizada a Acomac Porto Alegre e arredores, 12 lojas relataram estar debaixo d’água. “Essas enchentes forçaram as pessoas a abandonarem suas casas, rotinas e lojas. Muitos funcionários foram afetados, o que significa que essas lojas estão operando com menos pessoal”, ressaltou.
Ela explicou que as lojas que conseguiram permanecer abertas estão ajudando seus próprios funcionários com doações. “O impacto na economia será enorme, especialmente porque muitos negócios vivem mês a mês, sem reservas de emergência”, disse.
Diante desse cenário, a Acomac Porto Alegre montou uma corrente do bem para ajudar inicialmente o interior do estado. No entanto, a dimensão do desastre exigiu uma mudança de planos e a assistência foi direcionada para as áreas mais afetadas ao redor da associação.
“Recebemos doações de parceiros e amigos de outros estados. Já recebemos a primeira carreta vinda do Paraná, e ao longo da semana receberemos mais doações”, informou.
Centralização do suporte na Acomac
A presidente da Acomac POA ressaltou que as doações estão sendo prioritariamente encaminhadas para os funcionários das lojas que estão embaixo da água. Ela informa que muitos familiares de associados e diretores perderam tudo. E que o melhor é centralizar esse suporte na Acomac para evitar oportunistas e atravessadores. “Dentro da parte boa da doação, tem um pouco de tudo. Então, para a gente ajudar mais rapidamente, sem tanta burocracia, a gente abriu a nossa sede para arrecadar e conseguir ajudar os mais próximos”.
Vanessa também está envolvida em grupos de reconstrução, arquitetos, engenheiros e outros envolvidos na reconstrução, para garantir o maior número possível de materiais de construção quando as águas baixarem. Ela informa que Infelizmente, as águas ainda estão muito altas e não é possível ter uma dimensão do quanto de material de construção será necessário. A Acomac Porto Alegre possui um local seguro para armazenar esses materiais.
Necessidade de apoio financeiro do governo
As lojas de construção que estão abertas, também precisarão comprar materiais para manter os seus negócios. “Eu acredito que o governo precisa liberar o quanto antes linhas de crédito com um juros mais baixo para que a gente consiga ter um preço bom e não tanto, visando um lucro tão alto, porque nesse momento a gente precisa se ajudar como um todo. Só que, claro, a loja precisa sobreviver também, então não dá para doar tudo, né? Ela tem que manter um percentual para que ela consiga pagar as suas contas, manter seus funcionários também. Então, quanto antes a gente lidar com a escassez dos produtos e conseguir manter os funcionários em dia, gira a economia”, afirma.
E, segundo a presidente da Acomac Porto Alegre, o dinheiro arrecadado com a corrente do bem, vai ser destinado para reconstrução. “Pois ainda precisamos de doações de alimentos, de roupa confortável e quente, de tênis e chinelos, de produtos de limpeza, de toalhas de banho, colchões, roupas de cama, roupas íntimas, masculina e feminina”, disse. Ela acredita que quanto mais rápido conseguirem garantir que os funcionários tenham seus salários e suas necessidades básicas atendidas, mais rápido conseguirão ajudar na reconstrução.
Cancelamento de eventos e foco na reconstrução
Vanessa também informou que todos os eventos programados pela Acomac Porto Alegre foram cancelados, incluindo uma feira de negócios marcada para os dias 18 e 19 de junho, que provavelmente será adiada. “Nossas ações agora estão todas voltadas para recuperar o quanto antes a nossa cidade, o nosso estado, para que as pessoas possam voltar para as suas casas, as suas lojas e a gente retomar a economia. Vai demorar, vão ser alguns meses para a gente conseguir voltar a nossa rotina, mas eu acredito que conseguiremos vencer mais uma batalha”, conclui.
Caxias do Sul e Região sofrem com desmoronamentos
A situação em Caxias e região ainda é recente e carece de dados concretos, segundo o presidente da Acomac Caxias, Marcio Eder Fiori. Segundo ele, apenas o bairro de Galópolis foi afetado pela enchente. “Foi o único lugar onde ocorreram mortes, pois as casas acabaram sendo soterradas devido às chuvas e deslizamentos. Embora tenha havido preocupações com a possibilidade de estouro de barragens, graças a Deus isso não aconteceu. No entanto, 80% das residências tiveram que ser abandonadas, e com as chuvas do último final de semana, famílias tiveram que ser evacuadas novamente”, relata Fiori.
Desafios na distribuição de doações
A Acomac Caxias também é responsável pela região nordeste do estado, incluindo cidades como Bento Gonçalves e Veranópolis, que foram bastante afetadas por deslizamentos. “Realizamos uma mobilização imediata na semana passada e conseguimos resgatar as pessoas, mas o acesso foi bastante comprometido. Por exemplo, Porto Alegre está praticamente isolada devido ao fechamento das estradas, afetando Caxias. Recebemos muitas doações de outros estados e regiões, mas estamos enfrentando dificuldades de distribuição devido aos problemas de acesso. No entanto, acredito que, com o tempo, conseguiremos realizar a distribuição adequada das doações e ajudar aqueles que foram afetados”, explica Fiori.
Impacto no comércio local
Em termos de economia, a região foi impactada principalmente no setor de materiais de construção. “Com as chuvas, muitas construções foram paralisadas, e estamos enfrentando dificuldades para receber mercadorias de outras regiões. Isso afeta diretamente nossas vendas, pois muitos produtos estão em trânsito e não chegam até nós. No entanto, não temos relatos de lojas diretamente afetadas pela enchente”, destaca.
Fiori prevê um aquecimento nas vendas de materiais de construção após a fase de reconstrução das casas danificadas pelas enchentes. “Infelizmente, acredito que teremos um aumento nas vendas nos próximos dias, à medida que as pessoas começarem a reconstruir suas casas. Apesar de não ser o tipo de venda que gostaríamos de ter, acredito que será uma realidade nos próximos dias”, conclui.
Acomac Vale do Rio Pardo e Taquari: situação atual
Atualmente, a Acomac do Vale do Rio Pardo conta com 33 associados na região, abrangendo municípios como Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Vera Cruz e Vale do Sol. De acordo com o presidente Vagner Thiago Figueredo, embora nenhum de nossos associados tenha sido diretamente afetado pelas enchentes ou deslizamentos de terra em seus estabelecimentos, a região foi duramente atingida, enfrentando grandes dificuldades devido à inundação e à destruição causada pelas enchentes.
“As enchentes estão afetando diretamente a logística dos produtos provenientes de nossos fornecedores e fábricas, uma vez que nossa região está centralizada no estado, em um polo logístico onde as rodovias foram muito afetadas”, disse. Ele relata a ocorrência de deslizamentos de terra, causando interrupções na logística e resultando em desabastecimento e escassez de produtos.
Como resultado, a economia local deverá ser bastante afetada. “Nossa economia gira muito na agricultura familiar, que foi severamente afetada”. explica. No entanto, afirma que contam com o apoio do governo federal e estadual para mitigar esses impactos, por meio de incentivos e isenções que permitam que a economia local se recupere. Ele acredita que deverão verificar o real impacto dos danos nos próximos meses. “A reconstrução das cidades deverá demorar algum tempo e afetará diretamente nossos negócios”, acrescenta.
Figueredo destaca também a mobilização em torno do estado do Rio Grande do Sul, que tem recebido apoio a nível nacional e internacional. “A região do Vale do Rio Pardo tem um polo logístico muito bom, devido a grandes indústrias e a cidade de Santa Cruz como referência, tem uma estrutura gigantesca”, diz. Ele destaca que estão recebendo doações de municípios de Santa Catarina, Paraná, Centro do Brasil e Nordeste, e as empresas multinacionais sediadas na região têm facilitado esse processo de doação, com a desobstrução das rodovias.
O presidente da Acomac faz um apelo para que a comunidade se una nesse esforço de ajuda: “Gostaríamos de fazer esse lembrete para que a gente possa entrar nesse canal de doação, fortalecer muito mais esse canal para que a gente possa fazer esse elo entre o Centro do Estado, Santa Cruz e região para receber esses itens, e fazer essa triagem para que a gente possa destinar essas doações e esses recursos para as regiões mais atingidas”.
ACOMAC Vale do Rio Pardo
Rua Galvão Costa,755, centro.
Santa Cruz do Sul -RS
Centro do Rio grande do Sul
Contato: Vagner Thiago Pres. Acomac Rio Pardo RS, Tel.51 99699-8822
Itens:
*Roupas de cama
*Cobertores
*Toalhas
*Travesseiros
*Roupas de inverno
*Itens de higiene pessoal
*Alimentos não perecíveis.