O setor de material de construção tem enfrentado transformações significativas, desde o impacto inicial da pandemia até a recuperação e estabilização nos anos seguintes. A Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) avalia positivamente o cenário de 2024 e ressalta tendências importantes que devem moldar o mercado em 2025.
O varejo viveu um momento único durante os anos de 2019 e 2020, quando o crescimento nominal do faturamento alcançou 16,8% e 27,7%, respectivamente. Segundo os dados do Instituto de Pesquisas Anamaco, os anos seguintes registraram maior volatilidade. “O mercado passou por transformações importantes nos últimos anos, e os lojistas têm demonstrado resiliência e capacidade de adaptação”, avalia Cassio Tucunduva, presidente do Sistema Anamaco.
A última edição do Termômetro do Varejo da Construção Civil, realizada em setembro de 2024 pelo Instituto de Pesquisa Anamaco em parceria com a Juntos Somos Mais, indica que essa retomada também foi sustentada por fatores macroeconômicos, como a redução da taxa de desocupação e a queda no percentual de famílias endividadas, que passou de 78% em agosto para 77,2% em setembro.
Adicionalmente, o modelo híbrido de trabalho consolidado durante a pandemia alterou a relação das pessoas com suas casas, impulsionando investimentos em melhorias residenciais. “A casa passou a ter outro significado, e o varejo busca alternativas para bons resultados, avaliando produtos e marcas que entregam qualidade, preço competitivo e bons serviços”, destaca o presidente.
Cenário otimista para 2025
A perspectiva para 2025 é otimista, embora ainda dependa de definições econômicas em discussão. Tucunduva acredita em medidas que incentivam a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros: “Deve haver incentivos para o brasileiro morar melhor, e o varejo continuará se adaptando às demandas por inovação e eficiência.”
A coordenadora do Instituto de Pesquisas da Anamaco, Katia Ratnieks, reforça que o mercado imobiliário também desempenha um papel decisivo no varejo de material de construção. Ela destaca que, apesar das adversidades e das oscilações econômicas, o setor mostra resiliência e capacidade de adaptação. “Entre 2020 e 2022, o setor viu aumento nas transações devido a juros baixos e mudanças no estilo de vida, com residências assumindo múltiplas funções”, explica.
Com a alta de juros e a inflação em 2023, o mercado passou por fases de instabilidade. No entanto, o final de 2024 já apresenta sinais de retomada. “Tendências como imóveis sustentáveis, crescimento de áreas periféricas e uso de tecnologias digitais oferecem perspectivas promissoras para 2025”, complementa Ratnieks.
Portanto, o Sistema Anamaco vislumbra um futuro de crescimento para o varejo de material de construção, sustentado por mudanças nos padrões de consumo, estabilidade econômica e inovação no setor. “A expectativa é que o varejo se consolide em um novo patamar, adaptando-se às necessidades dos consumidores e às tendências de mercado, com as empresas optando por produtos e marcas que ofereçam qualidade mas também, preço competitivo e bons serviços”, conclui Cassio Tucunduva.